segunda-feira, 7 de julho de 2008
Cauã Reymond diz estar preparado para beijo gay
Cauã Reymond já está acostumado a interpretar tipos sensuais na TV. Mas não quer dar oportunidade para comparações entre seus personagens. Tanto que, assim que recebeu a sinopse de A Favorita, o ator encontrou um jeito de conduzir sua interpretação para um outro rumo, priorizando a comédia e o lado moleque de seu papel atual. "As pessoas nascem sabendo fazer comédia ou não", afirma.
"As pessoas comparam o Halley com o Mateus, de Belíssima, mas eles são bem diferentes. Agora faço um cara que tenta ser malandro, mas sempre se dá mal. E isso gera a comédia", justifica.
Na trama, Halley se passa pelo ricaço Bruninho e explora o piloto Orlandinho, vivido por Iran Malfitano, que acredita que ele seja um ex-amigo de infância. Mas, para faturar mais uma grana e ajudar Alícia, de Taís Araújo, a se vingar do verdadeiro Bruninho - com quem ela namorou - Halley se finge de gay.
A maior surpresa do rapaz é que Orlandinho é um homossexual reprimido e acaba gostando da novidade. Mesmo com o crescimento do espaço dos personagens na trama e algumas notas na imprensa informando que João Emanuel poderia escrever uma cena de beijo entre os dois, Cauã descarta a possibilidade de um envolvimento maior.
"Não chegou esse capítulo para mim e não tenho idéia do que poderia acontecer. Mas se ele resolver, tudo bem, sou ator e estou aqui para trabalhar", diz.
O processo de criação de Halley não parece ter sido muito trabalhoso para Cauã. Fã do ator Jean-Paul Belmondo, foi em dois trabalhos do ídolo que ele encontrou a primeira inspiração para o que procurava.
"Estudei muito seu trabalho em Acossado e em O Magnífico", explica.
Além disso, para incrementar o gestual e garantir uma distância maior dos outros garotões de seu currículo, Cauã decidiu usar trejeitos do hip hop. Todos inspirados no rapper Tupac - ou 2pac, como ficou popularmente conhecido - assassinado em 1996.
"Tem esse lado de menino da rua, ingênuo, que se deu mal na vida. O Halley não chega a ser agressivo, mas tem a vaidade que a gente vê no hip hop, o jeitão descolado", compara.
Além das possibilidades de criação, o que mais enche os olhos de Cauã neste trabalho é mesmo a chance de voltar a fazer humor. O ator, que estreou em Malhação fazendo os adolescentes rirem na pele do estabanado Mau Mau, não fazia comédia na TV desde que viveu o lutador Thor em Da Cor do Pecado, em 2004.
E, agora, agradece por fazer parte do núcleo mais leve da história de João Emanuel Carneiro. "Sempre gostei de comédia. Acho o máximo participar de uma trama densa, mas entre os atores que têm a função de fazer o público relaxar e rir", comemora.
Mesmo jurando que adora trabalhar em papéis cômicos, Cauã conta que nunca estudou a respeito do gênero. E diz acreditar que a habilidade para atuar seguindo essa linha tem uma relação maior com vocação do que com preparação. "Alguns atores fazem comédia física, outros, a intelectual", afirma.
Mas, ao ser questionado sobre que tipo de estilo seria o seu, mostra-se confuso. "Não sei. As pessoas acham que eu sou engraçado. Eu também acho. Sei lá", desconversa.
Como as cenas da farsa de Halley são as cômicas do personagem, Cauã já sabe que no futuro não poderá usar tanto a comédia para se destacar na história. De acordo com a sinopse, Halley se envolve com Lara e Maria do Céu, de Mariana Ximenes e Deborah Secco, no decorrer dos capítulos. E passa a gostar de verdade das moças.
A partir desta mudança, o ator adianta que as cenas de seu personagem terão um tom mais dramático. "Apesar de ser um conquistador, o Halley não se envolve emocionalmente com ninguém até encontrar as duas. Vai ser uma grande mudança na história", conta.
Bem na fita
Ao analisar sua trajetória na televisão, Cauã, sem falsa modéstia, se diz caminhando em direção a sua realização profissional. Depois de estrear em 2001 na pele do adolescente Mau Mau de Malhação, o ator garantiu presença em duas temporadas da novelinha infanto-juvenil e migrou direto para o horário das 19 horas, em Da Cor do Pecado.
Interpretou o lutador Thor e, mal terminaram as gravações, já foi escalado para encarnar o pescador Floriano em Como uma Onda. E, ainda em 2005, garantiu sua estréia no horário nobre, na pele do garoto de programa Mateus em Belíssima.
"Estou emendando uma novela atrás da outra. Acho que isso é um termômetro que mostra se eu estou bem ou não", sugere, com uma ponta de orgulho.
No ano passado, Cauã foi chamado para um dos trabalhos que inclui na lista dos mais importantes de sua vida. Foi na pele do bom moço Lucas de Eterna Magia que o ator conseguiu, de uma vez por todas, mostrar que pode se destacar em uma novela sem ter que expor seu corpo em cenas ousadas ou de praia.
"Foi uma fase cansativa e a novela não teve sucesso, mas acho que várias pessoas dentro da emissora passaram a me olhar de um jeito diferente depois dali", opina. Comprometido com A Favorita até fevereiro, Cauã pretende agora dedicar todo o seu tempo livre à novela. Até porque, além deste trabalho, o ator aguarda o lançamento de três longas que contaram com sua participação.
Se nada mais der certo de José Eduardo Belmonte, tem previsão de estréia até o fim do ano; Divã, de José Alvarenga Jr., deve entrar em circuito em março do ano que vem; e À Deriva, de Heitor Dhalia, não tem data para estrear.
"Já fiz várias novelas, duas peças e filmei o quinto longa. Acho que estou trilhando um caminho bacana e isso tem se refletido nos meus trabalhos", valoriza.
Instantâneas
# Cauã começou a carreira como modelo, aos 19 anos, e logo se mudou para Nova York, onde estudou interpretação pela primeira vez.
# Antes de se aventurar nas campanhas e em alguns desfiles, Cauã lutava jiu-jítsu e era patrocinado pela grife Company. Foi inclusive em um trabalho para a marca que o ator estreou como modelo.
# Cauã chegou a tentar seguir outra carreira antes de começar a trabalhar. Fez vestibular para Psicologia, mas não continuou o curso por incompatibilidade de horário com as gravações de Malhação.
# Até hoje Cauã é lembrado nas ruas por causa de seu personagem em Belíssima. Algumas mulheres fazem questão de chamá-lo de Matheus e elogiar a cueca vermelha que o garoto de programa usava na novela.
Terra
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