Grazi arrasa-quarteirão

''Eu sou um mulherão. Vou atrás do que quero, encaro a vida, dou a cara a tapa''




Rua Orestes, bairro Santo Cristo, zona portuária do Rio de Janeiro. O contraste entre o loiro, dourado e preto da bela Grazi Massafera, 26 anos, e o chão de paralelepípedo e paredes desgastadas é evidente e não há câmera que resista, como pôde comprovar o fotógrafo italiano Claudio Carpi, 44. ''Ela é a mulher mais simpática e doce que já conheci em minha vida. Um ícone de sensualidade da mulher brasileira de hoje'', derrete-se o profissional, que não tira o dedo do disparador e a clica para a edição italiana da revista Vanity Fair, nas bancas dia 7 de abril. ''Eu sou um mulherão. Vou atrás do que quero, encaro a vida, dou a cara a tapa'', diz a atriz, em tom e momento de mais um alto degrau galgado em sua carreira. Contigo!, claro, antecipa esse ensaio, o primeiro de Grazi para uma publicação internacional. Mais um degrau? ''Fico honrada, me dá uma euforia, mas não tiro o pé do chão. Sou sempre assim. Se não acontecer, me poupa o trabalho de ficar frustrada'', diz a atriz em entrevista meses depois dos cliques italianos.

''Que menina bonita. Quem é?'', brinca Grazi olhando as fotos. ''Por incrível que pareça, sou eu'', diverte-se frente ao close que você vê a sua direita. ''Está sexy e chique'', continua analisando. ''Mas eu não me vejo assim quando me olho no espelho, em casa. Já brinquei muito fazendo poses, caras e bocas, mas quando era menina. Agora, eu faço na vida real para ganhar dinheiro. Olha que chique!'', conta soltando mais uma gargalhada ao ver outra foto. Ela vira a página, se vê de biquíni. ''Eu estava com a perninha forte, estava malhando. Depois disso, foi como se tivesse passado um tsunami na minha vida. Acabei, virei ossinho'', exagera ela, referindo-se aos meses quase dedicados exclusivamente a Negócio da China, sua terceira novela.

Ela se faz bela
Essa beleza toda nem sempre é tratada por um batalhão de profissionais da estética. Na tarde do papo com Contigo!, na quinta-feira (26), ela mesmo fez de sua casa um salão. Sozinha, sem ajuda de ninguém, hidratou os cabelos, dourou os pêlos da perna, providenciou uma depilação, limpou as sobrancelhas. ''Um dia como este é fundamental na vida da gente até para se conhecer melhor. Mulher que está todo dia no salão não se conhece, não sabe nem passar rímel sozinha. Mulher tem de ser feminina, tem de aprender'', defende. As unhas roídas de tensão nos últimos meses foram cobertas por postiças. Quem aplicou? “Eu mesma coloquei”, diz, exibindo as mãos. ''Eu corto, lixo, pinto. É uma terapia!''

Sumiço
Ela precisou de um tempo para si depois de cinco meses gravando, sem parar, até 20 cenas por dia, e conseguiu. Ficou quatro dias sem atender o celular, só anotando quem ligava, para depois do sumiço retornar. A secretária, Silvia, a ''persegue'' pela casa, com uma lista de pendências. É a luz que precisa ser trocada, é a solução que tem de encontrar para impedir que uma das cachorras pare de pular na piscina, são os oitos filhotes de golden retriever que circulam pelo jardim...Oito? ''Botei a cachorra para cruzar e agora tenho eles para cuidar. Se eu quisesse ir para mais longe com o Cauã (Reymond, 28), não conseguiria. Nossos fins de semana são dando banho e limpando coco e xixi. Nos divertimos. E olha que Cauã não gostava de cachorro antes de a gente namorar'', conta, enquanto mostra mordidas e arranhões que já ganhou.

Na casa dele ou na minha?
O relacionamento com Cauã já tem dois anos. A aliança que carrega na mão esquerda desde junho de 2008 foi um presente do namorado. ''Pode ser de compromisso, de casamento, pode ser tudo'', diz. ''Estou praticamente casada, morando junto todo dia. A gente ainda está naquela escolha se vamos viver na casa dele ou na minha. Acho que este ano a gente resolve isso'', completa. ''Uma das coisas que mudou em mim é que passei a ver que o importante é estar feliz, apaixonada, independentemente de estar morando ou não com ele. Não adianta nada casar, mostrar que existe um papel e não ser feliz ou não se separar para manter as aparências. Não é o formato da união que importa'', afirma. Grazi está ficando ''moderna'', como ela mesma diz, aos risos. Mas quer continuar aprendendo, tanto que matriculou-se em um curso de inglês, já decidiu entrar numa autoescola e quer conhecer a Europa em maio com o companheiro. ''Está na hora'', avisa, com pressa de consumir ''bons filmes, novas leituras e conversas boas com pessoas bacanas''.