Talento comprovado

Cauã Reymond destaca-se na pele de Halley em A Favorita. Em entrevista exclusiva ao Buchicho, o ator fala sobre o seu personagem, os desafios da carreira e o amor por Grazi Massafera

No início, parecia que Cauã Reymond iria encarnar apenas mais um bon vivant em sua carreira. Sucesso em outras novelas globais de horário nobre, ele já tinha provado que fazia muito bem o papel de pegador descompromissado. Lembra do Mateus, em Belíssima? Só que o autor João Emanuel Carneiro tinha reservado mais para o jovem ator.

Do Halley pegador e sempre metido em confusão dos primeiros capítulos de A Favorita, pouco restou. Ele se apaixonou verdadeiramente por Lara, vivida por Mariana Ximenes, e se transformou. Hoje, o rapaz descobriu que é filho de Donatela e Marcelo, herdeiro de uma fortuna e um dos mais engajados na luta contra as vilanias de Flora (Patrícia Pillar).

Talentoso e responsável, Cauã Reymond soube aproveitar muito bem a mudança de rumo do seu personagem e tem roubado a cena em A Favorita. Das cenas mais densas às mais leves, ele tem conseguido dar o tom certo ao personagem.

E Cauã não pára por aí. O galã sabe que este trabalho será um divisor de águas para a sua carreira e já está cheio de projetos. O mais próximo é a participação no filme À Deriva, de Heitor Dhália, com estréia prevista para o início do próximo ano. Já o mais importante, certamente, é o casamento com Grazi Massafera – que ele prefere não estabelecer data.

Em entrevista exclusiva ao Buchicho, por email, o ator comentou sobre as fases de Halley na novela, rebateu as críticas sobre os tipos parecidos que já interpretou e falou sobre os planos de casamento com Grazi Massafera.


O POVO – O Halley mudou radicalmente de comportamento em relação ao início da trama por amor à Lara. Você acha que o amor pode mesmo mudar uma pessoa? Cauã Reymond - O amor tem poder para mudar as pessoas, mas não foi só o amor responsável pela mudança de caráter do personagem. O Halley sempre quis se dar bem na vida e errou muito tentando. Acho que junto com o amor veio o amadurecimento dele como homem.
OP – Qual final você aposta para o seu personagem em A Favorita?
Cauã - Não dá para prever qual é o destino que o João Emanuel vai dar para o personagem. O que dá pra dizer é que a trama promete muitas surpresas.
OP - O Halley já se envolveu com personagens de caráter bem distintos. A Alicia, a Lara, a Céu... Você acredita que a Lara é verdadeiramente o par perfeito para o Halley?
Cauã - Se a novela estivesse no começo eu diria que o par ideal para o Halley seria a Alicia. Hoje, como ele está mais calmo, a Lara é o par perfeito pra ele. Já a combinação Céu e Halley, acho difícil dar certo, porque os dois sempre quiseram a mesma coisa, se dar bem.
OP – Alguns críticos apontaram que o Halley tem um estilo parecido com os outros personagens que você já encarnou ao longo da sua carreira. É mais complicado se desvencilhar de certos tipos?
Cauã - Esse é o ponto de vista de quem só acompanha o meu trabalho no horário nobre. Um exemplo de um personagem bem diferente é o Lucas, de Eterna Magia, que era um cara muito romântico.
OP - Qual tipo de personagem você anseia para um próximo trabalho?
Cauã - Não costumo pensar nisso.

OP - Você vem emendado uma novela atrás da outra, tem também os projetos no cinema, desfiles... É o momento para aproveitar todas as oportunidades que surgem à sua frente?
Cauã - Eu faço aquilo que gosto, não toparia uma oportunidade se ela entrasse em contradição com as coisas que eu gosto e acredito.

OP - Hoje, como ator de novela das oito da Globo, são outros tipos de desafios, não é mesmo?
Cauã - Considero o ofício de ator independente de ser da novela das oito, das seis, de teatro, de cinema e etc. A responsabilidade de atuar tem pra mim o mesmo peso, independente da visibilidade.

OP – No início do próximo ano você poderá ser visto nos cinemas, no filme de Heitor Dhalia. Conta um pouco sobre a sua participação em À Deriva.
Cauã - Em À Deriva, interpreto um barman. Foi muito bom participar desse projeto. Para compor o personagem passei uma tarde num bar em Búzios para aprender mais sobre a profissão. Até que aprendi bastante coisa. Fiz mojitos e caipirinhas, e ninguém reclamou.
OP – Neste longa você contracena ao lado da americana Camila Belle e do francês Vicent Cassel. Deu vontade de se aventurar em projetos internacionais?
Cauã - Se surgir um bom convite, não tem por que eu não aceitar. Mas, a princípio, meu objetivo é desenvolver uma carreira aqui dentro do meu próprio país.
OP – Você é considerado um símbolo sexual, por onde passa atrai olhares. Da carreira de modelo à vida de ator global, em algum momento o ego falou mais alto? Como você trabalhou isso?
Cauã - Nos primeiros meses de televisão cheguei a ficar deslumbrado e surpreso com o assédio, mas a terapia, minha família e os amigos me ajudaram bastante a botar os pés no chão.
OP - No entanto, você mostra através de suas atitudes e relacionamentos ser uma pessoa bem tranqüila. O que é mais difícil na hora de tentar preservar a vida pessoal?
Cauã - Essa é uma das minhas prioridades. Preservar a minha vida pessoal e encontrar uma distância consciente entre o que é trabalho e o que é só meu.
OP –
Cauã - É inevitável, como temos a mesma profissão, conversamos bastante sobre trabalho. Você está no ar em A Favorita e a Grazi em Negócio da China. Por ser mais experiente na dramaturgia do que ela, você também dá dicas? Sempre que posso, e o trabalho me permite, assisto a Grazi na TV. Mas um ajuda o outro, ela me dá dicas e eu dou dicas a ela.
OP – É verdade que você e a Grazi estão planejando se casar após o término das novelas que estão trabalhando?
Cauã - Quando um relacionamento dá certo, esse é o caminho natural. Quando duas pessoas se gostam, querem mais é ficar juntas. Casamento está nos nossos planos, mas não temos nada definido por enquanto.